| As 12 horas e 1 minuto de Enio Oliveira | |||
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Doze horas e um minuto. Esse foi o tempo que o ciclista, Enio
Oliveira, pedalou ininterruptamente em círculo no centro de Campo Grande/MS. O
desafio ocorrido no dia 22 de junho de 2006 tinha como intuito a conquista de
patrocínio e divulgação do esporte.
Com a finalidade de divulgar o ciclismo, testar a resistência
física em cima de uma bicicleta e conseguir patrocínio para o custeio das
despesas com competições, Enio Oliveira permaneceu doze horas e um minuto
pedalando em torno do chafariz da Praça Arí Coelho, em Campo Grande. O percurso
em círculo foi escolhido para avaliar os desgastes psicológicos do atleta e
porque a praça abrange um grande público que presenciou o seu feito. Com roupas
específicas, capacete e luva, ele despertou o interesse das pessoas pelo
esporte, cumprindo assim um dos objetivos que se propôs.
O movimento na praça, o desgaste nos ombros - local onde o peso do corpo fica apoiado - e o vento de aproximadamente 20 km/h, foram algumas das dificuldades encontradas. O tempo limpo e ensolarado, em torno de 34 graus, obrigou o atleta a passar protetor solar diversas vezes. Para ficar sem uma alimentação reforçada e não sentir necessidade de urinar, Enio alimentou-se somente com barras de cereais e com um lanche que levou no bolso da camisa; Como estava bem hidratado, tomou pouco líquido durante o desafio e agüentou sem ir ao banheiro. "Três dias antes comi bastante massa e proteínas e tomei muitos isotônicos e outros líquidos. Já no último dia reduzi bastante a alimentação para não ter bolo alimentar e os líquidos também", conta ele que teve o acompanhamento de uma nutricionista. Desde os nove anos, época em que comprou a primeira bicicleta, ele se interessa pelo ciclismo. Em 1986 começou a competir, mas um ano depois, devido à falta de apoio e a obrigatoriedade de trabalhar e estudar, abandonou as disputas. Somente no final de 2004, ao participar da Volta do Pantanal e ficar em 13º lugar, constatou que "dava para brigar por títulos". Atualmente, pedala de segunda a sábado durante duas ou três horas em estradas e faz à noite uma hora no rolo de treinamento. No domingo, quando não há competições, treina de quatro a seis horas. "Eu tinha uma vida sedentária antes, então o ciclismo veio e mudou tudo. Hoje tenho muitos amigos, conheço vários lugares onde vou competir, sou respeitado por todos como atleta, tenho uma vida super ativa e a minha saúde está ótima. Além de minha dedicação, disciplina e conhecimento, pois tive que estudar muito sobre ciclismo, alimentação, medicina esportiva e outros estudos para desenvolver melhor o ciclismo", declara. Sem equipe e sem patrocínio, Enio tem pago sozinho viagens, despesas com a bicicleta, alimentação, médico, nutricionista, entre outras. Esporadicamente ele consegue o apoio de uma empresa para uma ou outra prova. Recuperando-se de algumas dores nos ombros e nas costas, o atleta máster comemora a surpreendente presença do público no seu desafio. Ele crê que mais de mil pessoas passaram pelo local. Essas o perguntavam o porquê de tamanho esforço, achavam que era uma loucura o que fazia e duvidavam que ele completasse as 12 horas. "Gostaria que o ciclismo fosse visto pelas pessoas como uma paixão, pois é um esporte limpo, que não polui, contribui para o bem estar. Qualquer um pode praticar profissionalmente ou não". Ele agradece a equipe INEMA que dá, ao esporte, o devido valor e importância. "São pessoas assim que nós brasileiros precisamos. Que são exemplo para as outras". Equipe INEMA Cidade: Campo Grande-MS-Brasil Fotos: Enio Oliveira Publicado: Raquel Wainstein DATA: 23/06/2006 <%insert_data_here%> | |||
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